Como sou um escritor recém saído do armário aos 56 anos, que chegou atrasado às salas de aulas, tento compensar o tempo perdido fazendo cursos para melhorar a minha escrita. Me sinto como aquele rapaz ou garota, que pela necessidade de trabalhar em tenra idade, teve que abdicar dos estudos e já com a idade um pouco avançada, volta a fazer o supletivo de ginásio e depois o segundo grau.

Um dos cursos que estou fazendo nesse sentido é o do jornalista Pedro Bial, que é uma referência no jornalismo nacional. Com ele aprendi até agora que, o que move qualquer um a escrever é a necessidade e o maior predicado do escritor é a coragem, confirmando o que o meu padrinho jornalista do meu blog aposenteidessavida.com , Fábio Blanco, já havia me dito nos nossos encontros informais virtuais. ( Blog do Fábio: meupatrao.blog )

Com o Fábio, que tem apenas 30 anos, me sinto como o Daniel san e ele para mim é o velho Miyagi. Pela nossa diferença etária, deveria ser o contrário, mas fazer o que, né? É o preço que pago por ter preferido ser engenheiro químico por 33 anos à escritor…
Ainda bem que o Fábio tem o coração grande e não me faz encerar um antigo Chevrolet conversível antes das nossas sessões de aprendizado, como o velho Miyagi fazia com Daniel san…

Além da coragem, outro ensinamento de Bial desta semana, foi que:
“Assim que escrito, o texto não é mais seu, ele agora pertence ao mundo! “
Essa frase eu achei fantástica e fico literalmente com os meus pelinhos dos meus braços arrepiados, toda vez que rumino mentalmente essa informação, reforçando a minha responsabilidade no ato de escrever.

E por último, interpretei que escrever é como ter uma arma na mão. Uma vírgula mal posicionada, uma palavra usada num contexto equivocado, uma informação desnecessária, pode fazer um grande estrago, dando margem a uma interpretação equivocada do leitor, da mensagem original idealizada pelo escritor.
Acho que seja um pouco como interpretar a arte de Adriana Varejão, por exemplo. Na única vez que fui ao Inhotin, aqui pertinho de BH, fiquei admirando uma obra dela… Depois de alguns minutos de contemplação, fiz a minha própria interpretação da obra. Depois pensei… será que era essa a mensagem que Adriana queria passar para mim?

Na semana que passou, senti na pele que é preciso coragem para escrever e que a escrita de fato é uma arma e pode incomodar muita gente.
Nas duas últimas crônicas postadas no blog, Tia Sumile e 12 Aviões A320 e 26 Teco-Tecos, houveram críticas negativas de alguns leitores do blog indignados com o que leram, houve até uma mascarada tentativa de censurar um dos textos.
Num dos textos polêmicos, que me consumiu 20 horas bunda de dedicação e esforço, eu tive a intenção apenas de homenagear a trajetória de vida da minha tia materna Sumile, que foi uma mulher de vanguarda, num tempo em que desafiar os valores e costumes da época eram pouco comuns para uma mulher, sobretudo da colônia japonesa. Entretanto, alguns leitores enfurecidos, não entenderam dessa forma.
Ficou ainda mais claro para mim o recado do Bial:
“Escrever, antes de mais nada, é um ato de coragem”
O que me consola, é que as crônicas Tia Sumile e 12 Aviões A 320 e 26 Teco-Tecos são top 5 de visualizações no blog … Como todo escritor, eu sou vaidoso e gostaria que o maior número de pessoas lessem o que eu escrevo.
Espero que as visualizações das referidas crônicas e os seguidores do blog, aumentem com a polêmica gerada e pela curiosidade de leitores como você.
Rui Sergio Tsukuda – março/21
https://aposenteidessavida.com/
Rui, o dom da escrita é para poucos. Continue firme nessa jornada! Estou animada esperando as próximas crônicas e aprendendo sempre mais e mais… Abraços!!
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Parabéns, gostei das entre linhas.
Vou pedir pra você escrever a minha biografia, brincadeira.
Já tenho ela toda digitada.
Mais uma vez parabéns e coragem.
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Obrigado Mário! Sua linda trajetória de vida merece um livro como um case de sucesso ! Não deixe de contar seus causos de Angatuba, viu?
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Rui, acho que escrever é um ato de coragem porque, além de passar aos outros nossas impressões e opiniões, encaramos de frente diversos aspectos de nós mesmos.
Além da coragem, o ato de escrever pede muita humanidade, sabendo-se reconhecer como tal durante a escrita, e transparecendo essa característica, muito atrativa aos leitores. Isso, percebi logo na sua primeira mensagem, você tem de sobra.
Já te admiro como humano, amigo e escritor, que pode ter vindo mais tarde, mas com muitas histórias pra contar, com um dom que todos nós adoramos.
Vai que vai, Rui!! Tamo junto sempre, e obrigado por mais essa generosa menção.
Grande abraço!!
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Valeu padrinho Miyagi !
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