Ontem eu tive a feliz notícia que o meu amigo João está partindo para os EUA com a sua família em breve. Essa boa – nova me inspirou a escrever sobre a impressão que tive desse povo e do país, no período que trabalhei lá em 2005. E quem sabe isso possa ser útil para eles ou algum leitor que esteja pensando em passar um tempo por lá.
Entretanto, não quer dizer que essa impressão seja a verdadeira, sendo apenas a minha versão dos fatos.

Lá as coisas funcionam:
A primeira impressão que tive ao chegar nos EUA é que lá as coisas de fato funcionam. Ao chegar no escritório da empresa, estava tudo preparado para a minha chegada: A minha sala estava vazia e limpa, com uma plaquinha com o meu nome na porta, inclusive o meu nome já estava na lista de ramais, que estava cuidadosamente afixada ao lado do telefone. Na minha mesa já se encontravam meu celular, as chaves do meu apartamento, do carro alugado e uma cópia da minha programação de viagens e reuniões nas próximas duas semanas.
Help yourself:
Lá o ditado cada um por si e Deus por todos, é uma regra que eles levam bem a sério! Ainda no primeiro dia de empresa, ao receber a agenda de viagens, eu perguntei a Linda, a secretária, para me ajudar nas questões de telefones dos contatos, reservas de passagens e hotéis. Ela respondeu com um seco: ” Rui, o máximo que vou fazer é te dar umas dicas rápidas, depois help yourself meu amigo! ”
Naquele dia, tive um azar* imenso porque as minhas malas tinham ficado no porta malas do carro do Larry, diretor de RH e ele havia saído mais cedo da empresa para uma festinha de aniversário da filha sem me avisar.
*Custo a entender porque o azar foi suprimido do português falado e substituído por ” má sorte”. Para mim azar continua sendo o antônimo de sorte!
Russ, que trabalhava com Larry, ao final do expediente disse para eu segui-lo que ele me levaria até o seu chefe e as minhas malas. Foi uma loucura, eu estava desacostumado a dirigir carros automáticos e era a primeira vez que dirigia nos EUA. Perseguir um camarada que tinha um pé bem pesado, ainda mais no horário de rush, não foi fácil. Andamos uns 100 km até chegarmos o ponto de encontro, um restaurante.
Após pegar as minhas malas, aproveitamos e jantamos por lá mesmo. Ao me despedir de Larry, perguntei a Russ:
“Russ, você vai na frente e eu te sigo como fizemos na vinda?”
“Claro que não Rui! Eu moro numa região totalmente contrária à sua. “
“Mas Russ, eu nem olhei o itnerário no Mapquest como voltar ao meu apartamento, que eu nem conheço ainda… ” ( no ano de 2005 não tinha GPS e tampouco Waze, então o Mapquest, que era um mapa melhorado impresso num papel sulfite era o que se tinha na época. )
Então ouvi no dia pela segunda vez: “Help yoursef , Rui!”
“Tô ferrado ” , foi o que pensei.
Mas diferente da Linda, ele foi até generoso: “Se você se perder no trajeto de volta, liga pra mim. Se você for parado por um guarda, passa o seu celular que eu me entendo com ele. Mas vai dar tudo certo Rui, você está no EUA, fique tranquilo!”
Depois de duas horas sofridas e errar muito, finalmente cheguei ao meu apartamento. Ufa!
Eles são informais e práticos:
Até nos cartões de visita eles colocam o apelido. William fica Will, David fica Dave, Deborah fica Debby e assim vai…
Nas roupas também eles são informais. Levei meu terno pra passear por lá, quando muito usei um blazer numa ou noutra reunião mais “formal” e as camisas, muitos deles preferem as de mangas curtas às compridas. Neste caso, deve ser porque o Texas é bem quente no verão.
Nas salas de controle das fábricas, era comum encontrar operadores vestindo bermudas e camisetas regata com brincos enormes, exibindo suas tatuagens e o escudo ou bandeira do time do coração pregado na parede, além da foto do cachorro e da família na escrivaninha.
Dave, o CEO da BU americana, me recebeu na sala dele com um taco de golfe e luvas nas mãos. Sim ele tinha um green com um buraco no meio da sala …
Eles não tem papas na língua:
Eles são incrivelmente sinceros e falam na bucha o que pensam. Bem diferente dos japoneses, que nunca dizem não e esperam o interlocutor perceber durante a conversa em meio a sorrisinhos pouco sinceros, que na verdade era um não que ele queria dizer meia hora atrás.
Ao embarcar num voo que já estava quase cheio e portanto os bagageiros acima das poltronas quase lotados, fiquei feliz em achar um lugarzinho para a minha mala de bordo. Quando uma americana me deu um cutucão nas minhas costas e disse: “Bad idea!” Olhando para ela percebi que a coitada estava pior que eu com uma mala enorme na mão direita, então dei a ela a minha vaga de mala. Mas precisava ela falar assim tão na lata?
Eles pensam grande:
Ao chegar no estacionamento e procurar pelo meu carro, me dei conta que Linda tinha se enganado e alugado um veículo enorme e muito chique, muito acima do Golzinho 4 portas 1.6 com ar que eu costumava alugar por aqui. Ao questioná-la ela me respondeu:
” Rui, esse é o carro mais em conta que a Hertz tem e complementou: Você está nos EUA e aqui no Texas, gostamos de carros grandes e potentes. ”
Olhando melhor o estacionamento, percebi que todos os funcionários, umas 200 pessoas vinham dirigindo seus próprios veículos ( aliás as pessoas por lá só andam de carro… raro encontrar alguém andando à pé ou de busão ), e curiosamente haviam vagas no estacionamento para todos e ainda sobravam muitas delas para os clientes e fornecedores. Lá, espaço definitivamente não é problema.
As embalagens dos sucos naturais e leite à venda nos supermercados eram de um galão ou aproximadamente 3,6 litros. O mesmo vale para os pacotes tamanho família de batatinhas chips e Doritos. Uma vez eu tentei achar uma embalagem menor de 1 l de leite e não achei.
Eles são grandes:
É chover no molhado constatar que o americano em geral é obeso. Mas ver isso com os próprios olhos é chocante. Na pequena amostra dos 200 funcionários, pelo menos uns 40 eram obesos mórbidos com IMC tranquilamente acima de 45 kg/m2, o que me fazia sentir no máximo com um leve sobrepeso, uma beleza!
Nos vôos domésticos da American Airlines, invariavelmente antes da decolagem, uma comissária de voo passava de fila em fila com uma bandeja nas mãos repleta de extensores de cintos de segurança oferecendo cintos extras aos fofinhos.
No Brasil, os extensores de cinto ainda não são comuns, mas logo chegaremos lá. Meu colega belga Xavier passou uma situação muito constrangedora num voo doméstico da Azul porque mesmo com muito esforço, o coitado não conseguia de jeito nenhum travar o seu cinto de segurança no ventre. A comissária que era novata, até ajudou mais nada… Com a decolagem atrasada devido ao meu amigo gordinho, os passageiros já estavam impacientes, até que uma outra comissária se lembrou que o cinto de demonstração de segurança era também um extensor. Ufa!, essa foi por pouco!
Eles são próximos, mas não são calorosos como a gente:
Nos meses que morei lá, todas as sextas feiras ao final do expediente alguns deles chegavam na minha sala e diziam:
“Rui, aproveita bem o final de semana, viu!” e insinuavam … “Eu nem quero saber o que você vai fazer sem a esposa aqui nos EUA. ”
E na segunda feira cedinho voltavam à minha sala: ” E aí, aprontou muito? “
Eu ficava muito desapontado, porque o que eu mais queria na vida era ganhar um convite para ir na casa de um deles no final de semana, conhecer suas famílias ou mesmo ser convidado a um lugar neutro como um restaurante, mesmo um estádio de beisebol ou até um convite para ir na igreja estava valendo. Eu ansiava por conhecê-los fora do ambiente de trabalho, mas “nenhum deles me dava lado” ( aqui em MG temos esse jargão para dizer ” eles não me davam bola” ).
Fiquei em dúvida, se era uma questão de respeitar tanto a minha liberdade e privacidade ou utilizar essa desculpa para não ter que me convidar para uma atividade fora do trabalho, não obrigatória.
O feriado do Dia de Ação de Graças ou Thanksgiving de novembro, que começa na quinta e vai até domingo e que tem o Black Friday na sexta, é o feriado mais esperado do ano. Eles diziam ser uma data até mais importante que o Natal.
Curiosamente nas semanas que antecederam esse feriado, formou-se uma romaria na porta da minha sala com colegas curiosos em saber qual seria meu programa no tão esperado feriado de Thanksgiving.
Maldosamente e para entender melhor como esse povo funcionava, eu me fiz de vítima:
“Não … , infelizmente não tenho nenhum programa. Vou ficar sozinho mesmo no apartamento, fazer o que né?” eu fazia até cara de choro para ver se despertava a empatia deles.
Todos eles lamentavam o fato, mas nenhum deles se arriscava a me convidar para passar o feriado com eles. Até que Sherry, que trabalhava no laboratório, depois de passar mais uma vez na sala e ouvir a mesma resposta, retornou e me disse:
” Não Rui, eu não admito que você passe o Thanksgiving sozinho, não é justo e será muito triste! Você está convidado a passar o feriado comigo e minha família. ”
No final preferi declinar do convite da Sherry e passar o feriado com Hugo, meu primo e seus amigos. Passar o Thanskgiving com a minha colega americana e família por piedade, era demais para a minha autoestima já abalada.
Eles não são minimalistas:
Dizer que americano é consumista é um tiro de pólvora seca como dizem os portugueses, mas ouvir de um deles que eu tinha que comprar algo no Black Friday só por comprar, achei demais. Um deles insistiu para eu comprar um laptop. Mas eu justifiquei dizendo que já tinha um em bom estado, mas tive que escutar: “Rui, mas você precisa fazer a sua parte e comprar alguma coisa para ajudar a economia americana a girar. Presentei alguém no Brasil ou deixe lá de enfeite na sua escrivaninha. “
Nas partidas de tênis eu ficava horrorizado. Todos os jogos algum parceiro abria uma lata nova de bolas que serviam pro aquecimento. Para o jogo, outra lata era aberta e as primeiras descartadas. A bolinha que saia fora da quadra, ficava por lá mesmo e era substituída por outra nova. Ao final do jogo, as bolas semi novas eram esquecidas na quadra. Confesso que uma vez com a desculpa de ter esquecido algo, retornei à quadra e recolhi todas as bolas usadas.
Aqui no Brasil, no Iate Tênis Clube de BH, onde eu jogo tênis, usamos tanto, mas tanto as bolinhas, que quando um colega abre uma lata nova é uma festa! Pobre é uma desgraça!
Eles tem pouca preocupação ambiental:
Bom isso pode ter mudado porque a minha fotografia de lá é de 2005. Mas naquela época não havia preocupação com emissão de CO2. Os carros que eu via nas ruas e nos estacionamentos eram enormes banheiras, muitas dela com motores V8 e a maior parte da geração de energia elétrica vinha de centrais termelétricas, cuja matriz energética era o carvão mineral, um combustível fóssil rico em poluentes.
Estranhei que ao chegar no meu apartamento pela primeira vez, notei que o ar condicionado já estava ligado e a temperatura mantida em 72 F ou 22 C. Ao entregá-lo ao locatário no final do contrato, havia uma folha impressa onde dizia ” Deixar o ar condicionado ligado em 72 F para o conforto do funcionário que fará a vistoria do apartamento .” O detalhe que era uma sexta feira e a vistoria seria só na segunda feira!
Um ponto positivo muito legal era o processamento do lixo orgânico. Ele era triturado abaixo do ralo da pia e descartado no esgoto. Com isso o lixo que sobrava era só o inorgânico. Pelo menos onde eu morava, não tinha ainda a segregação de resíduos plásticos, papel, metais …
Eles gostam de abraçar:
Americano gosta de um abraço, ou gostava porque depois do Covid 19, ninguém lá deve se abraçar mais, como aqui também. Beijinho no rosto só para namoradas e esposas. Mesmo entre as mulheres só rolava um abraço, nada de beijinho.
Mike, um colega americano me confidenciou que adorava ir nos congressos e treinamentos da empresa na Europa. Ele adorava dar três beijinhos nas bochechas das belgas, dois nas francesas e um ou dois nas brasileiras. Foi ele que me ensinou que nos EUA, beijinho é só na namorada e esposa.
Eles se acham:
Essa era a parte mais irritante que eu achava deles: Ao viajar com Russ numa estrada no Alabama, passou sobre nós um avião caça. Ao perceber que era um F16, ele olhou pra mim e ironicamente falou:
“Pode ficar querendo Rui, mas um desses vocês não podem ter não! Só depois de ficar velho e obsoleto a gente vende para vocês… hehehe”
Com frequência eles me lembravam que eu era um cucaracha e eles, os donos do mundo!
Eles fingem ser puritanos:
Apesar dos EUA serem a capital mundial do pornô, lá eu nunca achei uma Playboy para comprar.
Tomei um susto quando num domingo ao comprar cerveja para o Hugo, meu primo, a moça do caixa pediu para eu esperar cinco minutos. Ao perguntar o porquê disso, ela respondeu:
“A minha caixa registradora só pode registrar bebida alcoólica no domingo à partir do meio dia. É uma lei antiga para impedir que os fiéis bebam no horário em que os cultos nas igrejas acontecem.”
Tinha uma outra regra mais estranha ainda. Em alguns bares, um dos clientes sentados na mesa tinha que ter uma carteirinha com autorização para beber álcool e era preciso mostrar à garçonete. Bem esquisito.
Eles são ansiosos e pontuais:
Os americanos são tão pontuais quanto os britânicos. Ao convidar clientes para jantar por exemplo, já informávamos a eles o início e término do compromisso. No horário combinado estavam todos lá nos esperando.
Era uma segunda feira, um americano me ligou para marcar um jogo de tênis no sábado às 9:30 hs pela manhã na universidade que jogaríamos. Na sexta feira, eu até pensei em confirmar o compromisso com ele, pois era o que eu faria no Brasil para não levar um bolo. Mas eu preferi me arriscar e fui lá no sábado sem ratificar o compromisso. Não é que o danado estava lá à 9:30 hs me esperando!
” Você deve ser o Rui, né? Puxa, de brasileiro você não tem nada… ”
” Pois é … ” , para facilitar a gente se reconhecer no meio de tanta gente, eu lhe contei que era brasileiro, mas neto de japoneses e gordinho. Batata, ele me achou fácil!
A ansiedade deles é irritante. Num almoço de trabalho num restaurante de estrada, eu ainda estava ainda saboreando o meu prato, quando John, meu colega americano já me olhava impaciente para ir embora e com a conta já paga. Aliás, eu achava uma falta de educação tremenda, ele pedir a conta enquanto seu convidado ainda almoçava.
Ao perguntá-lo o porquê de tanta pressa ele me respondeu:
“Rui, na escola tínhamos 20 minutos para o recreio, todos saiam correndo para a cantina comprar os lanches, comer e voltar pra sala. Os últimos ficavam sem comer e passavam fome. Aprendi a ser competitivo desde então. “
Eles não se misturam:
Durante a semana, era comum encontrar grupos de diferentes etnias juntos saindo dos escritórios indo almoçar num shopping ou restaurante. Mas nos finais de semana, era muito raro isso acontecer. Só se via panelinhas de negros, brancos, asiáticos e hispânicos, cada um no seu quadrado.
Como em Fort Worth eu não conhecia nenhum brasileiro, eu acabava sobrando. Então, eu me enturmei com os cucarachas mexicanos que trabalhavam no supermercado que eu ia muito. Com eles eu matava a vontade de falar português ou portunhol e comi muitas tortillas com salsa .
Eles almoçam mal:
Eu nunca fui a casa de um deles para comprovar, mas eles me diziam que o jantar e o café da manhã são as principais refeições do dia para eles. Era comum o pessoal do escritório almoçar aqueles amendoins MM com batata frita e coca cola. Eu por outro lado, levava a minha marmita bem farta que eu mesmo fazia e muita fruta, para a inveja deles.
Eles dão gorjetas:
As gorjetas não são obrigatórias, mas é importante pagar porque os garçons e garçonetes, dependem quase que exclusivamente dela, para complementar o insignificante salário de 10 % que os restaurantes e lanchonetes pagam.
Um dia de propósito, ao receber a pré-conta não escrevi o valor da gorjeta. A mocinha que me atendeu veio furiosa reclamar comigo dizendo:
” Onde eu errei com você? “
“Não errou não minha filha, eu que esqueci de especificar a sua gorjeta, sorry! “, as gorjetas variam de 10 a 20 % das despesas.
Aliás é incrível como eles usam a palavra sorry. No supermercado por exemplo, você nem encostou na pessoa já vem um sorry. É sorry pra cá é sorry pra lá, o tempo todo!
Dica de ouro: Nunca estale os dedos ( snap ) para chamar uma garçonete principalmente. Pega muito mal por lá…. assim que eles chamam as prostitutas.
Eles são dedos duros:
Era um domingo bem cedinho lá pelas 7 hs, peguei o carro e parei na faixa da direita de uma avenida para filmar uns esquilos pela janela. Qual não foi a minha surpresa que um carro parou atrás e ficou me dando luz para que eu andasse. Como não obedeci, ele emparelhou o carro comigo e disse que eu estava parando em lugar não permitido e que ele me denunciaria à policia caso eu não saísse de lá.
O detalhe é que naquele momento não havia nenhum carro ou vivalma na rua, além de nós dois. Vai entender!
Depois Russ me explicou qualquer americano pode anotar a sua placa do carro e te dedurar à polícia. Isso seria como se um guarda tivesse te multado.
Eles tem muito medo de ganhar um processo nas costas:
Na Florida, Tom, um colega gerente de vendas, perguntou pra mim .
“Rui , o que você achou da minha secretária Liza?”
“Uai Tom, eu achei ela muito linda, além disso é muito simpática. “
“Pois é, além disso tudo ela é super competente.”
“Mas nos 5 anos que trabalhamos juntos eu nunca elogiei o seu trabalho, sabe porque?”
“Eu tenho medo de ganhar um processo nas costas por assédio sexual. Aqui nos EUA existem advogados sedentos para pegar um processo desses.”
Ele me explicou também que as minorias ou minorities são muito protegidas. Demitir um indígena da empresa por exemplo é quase impossível, nenhuma empresa quer ganhar um processo de graça por conta disso.
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Para terminar vou contar uma passagem que aconteceu comigo num voo doméstico no trecho Dallas- São Francisco.
Neste voo tive sorte, porque uma americana de meia idade sentada ao meu lado puxou conversa comigo, o que era muito raro. Como é um trecho longo de algumas horas de voo, deu tempo para ela me contar sobre o seu país, seu trabalho e até da sua vida pessoal. Eu achei ótimo, porque eu gosto de conhecer gente de qualquer espécie.
Mas sem perceber, ela no meio da conversa, me colocou numa saia justíssima …
De supetão ela me perguntou quantos anos que eu dava pra ela! Pode?
Apesar de ser um sem noção (não deixe de ler a cronica “Sou um sem noção” aqui no blog) , tentei me esquivar lhe dizendo que eu era péssimo para essas coisas.
Mas diante da insistência, eu fui obrigado a chutar a idade dela. Mas antes pensei:
Bom, tranquilamente ela tem uns 55 anos ou mais, mas pra ela ficar feliz da vida, vou dar- lhe uma boa colher de chá e chutar 51, bem pesado! Assim ela fica contente e continuamos a conversa até a aeronave pousar e quem sabe eu ganho uma amiga.
Então tomei coragem e respondi ” 51!”
Ela fechou a cara e respondeu secamente “48!”
Essas foram as últimas palavras que eu ouvi saírem da boca da minha quase amiga americana.
Moral da história:
Nesse ponto, as americanas são iguais a todas mulheres deste planeta!
Rui Sergio Tsukuda – setembro/21
https://aposenteidessavida.com/
Rui, as experiências em outros paises são riquíssimas, independente do mico que pagamos. Minha primeira experi6encia nos USA foi quando fui em um congresso da ASQ (American Society for Quality). Foi em Cincinatti-OH. Fiquei em um hotel ao lado do congresso prá facilitar a vida. No primeiro dia, na hora do almoço fui no restaurante do hotel, e fui entrando, vi uma mesa vazia, sentei e vi que era self-service, não fiz cerimonia, fui, peguei um prato e me fartei. Fiquei esperando algum garçom/carçnete me trazer a conta e nada. Chamei uma garçonete e pedi a conta prá ele, simplesmente ela me perguntou: Quem te serviu? Eu, inocentemente disse, ninguem! Ela arregalou os olhas que já eram grandes e disse””Ninguem?????”, assustada saiu bufando e me jogou um papel em cima da mesa com o maior desprezo. Depois eu fui perceber que ao chegar em um restaurante, alguém vem te receber e te encaminhar a uma mesa, ai sim vem um garçom/garçonete atender seu pedido, e ai tudo fica tranquilo.
Na hora fiquei com uma vergonha, devo ter ficado vermelho igual a um pimentão. Mas aprendi! Grande abraço my friend!
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Oi Montoro, legal o seu relato. Muitas vezes só se aprende caindo… E quando no Texas pedi para o Russ parar que eu queria fazer xixi no mato . Ele falou : Cê tá doido ? Estávamos numa estrada no meio do nada… Aguentei por mais 100 km para ele sair da estrada e entrar numa cidadezinha procurar um banheiro… Valeu , viu !
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Grande Rui! Adorei a crônica. Realmente é uma delícia ter contato com outras culturas, diferentes das nossas, né?
Tive a oportunidade de estar nos States por duas semanas no fim de 2018, viajando pela Califórnia e Las Vegas com minha família.
Impressionou-me a boa vontade deles em serem solícitos, simpáticos e educados. Tinha uma outra ideia dos americanos (apenas preconceito, já que nunca havia nem pisado lá). Além disso, fiquei boquiaberto com paisagens exuberantes que vi lá, e que não perdiam em nada para as daqui do Brasil.
Mas foi pouco tempo e não deu pra tirar conclusões. Você parece ter passado mais tempo por lá.
Também me lembro de que, claro, o restaurante mais concorrido que vi lá foi uma churrascaria brasileira! Sempre a melhor culinária (não sei se concorda), hehehe.
Parabéns e abração, Rui!
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Oi Fábio, desculpe a demora…. Obrigado pelo comentário.
Se tivesse oportunidade voltaria para ficar um tempo lá com certeza. Vivi lá muito relaxado, nem trancava a porta do carro. abraço
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